terça-feira, 24 de julho de 2012

Conselho Nacional de Saúde acompanha política de redução de sódio

Para participar do monitoramento da redução de sódio, açúcares e gorduras em alimentos processados e alimentos vendidos em estabelecimentos comerciais, CNS recomenda ao MS a criação de um comitê de monitoramento.

O objetivo é acompanhar os resultados da política de redução de substâncias que têm impacto no desenvolvimento e no agravamento de doenças crônicas como hipertensão e diabetes, entre outras, visando também a educação e sensibilização para uma alimentação mais saudável. 
Com foco no fortalecimento das ações de promoção e prevenção, a Diretriz 5 do Plano Nacional de Saúde, prevê a promoção do monitoramento em alimentos processados quanto aos teores de sódio, açúcares e gorduras. O documento indica que alimentos processados representam 98% da ingestão de sódio, com destaque para as massas instantâneas, pães de forma, bisnaguinhas, pão francês, bolos e misturas para bolos, salgadinhos de milho, batatas fritas e batata palha, caldos e temperos, laticínios, embutidos, maionese, refeições prontas, derivados de cereais, margarinas e biscoitos. 

O PNS prevê que, nas redes de saúde, de educação e de assistência social serão inseridas medidas promotoras da alimentação adequada e saudável. Essas medidas deverão ser implementadas de forma articulada com o Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e sintonizadas com a Política Nacional de Alimentação e Nutrição no âmbito do SUS, cuja atualização será concluída. Configurarão igualmente iniciativas fundamentais a elaboração de plano intersetorial de prevenção e controle da obesidade e a implantação de nova estratégia para o controle e prevenção da anemia ferropriva, bem como enfatizada a vigilância e o controle do déficit de estatura para a idade.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Campanha da FAO busca reduzir desperdício de comida

Agência estima que mais de 1 bilhão de toneladas de alimentos são perdidas todos os anos.

Iniciativa "Salve a Comida" conta com 50 parceiros.
30% dos cereais são perdidos
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, está buscando mais parceiros para a campanha "Salve a Comida". A iniciativa é um esforço global para reduzir 1,3 bilhões de toneladas de alimentos perdidos por ano.
A campanha tem 50 parceiros, mas a agência trabalha para envolver o setor privado e organizações sem fins lucrativos.
Excesso
Em entrevista à Rádio ONU, de Roma, o economista de agronegócios da FAO, Carlos da Silva, explicou que uma parte substancial dos alimentos é perdida entre a produção até a chegada ao consumidor.
"Existe a perda, que é aquilo que acontece com uma quantidade do produto que chega ao consumidor, inferior a que foi produzida, e tem o problema do desperdício. Ou são comprados (alimentos) em excesso – o consumidor não usa tudo e joga fora – ou algumas vezes, o próprio supermercado, no fim do dia, não consegue vender e descarta aquela produção."
Cereais e Frutas
Segundo a FAO, quase um bilhão de pessoas passam fome no mundo. O especialista em agronegócios da agência afirma que aproximadamente 30% dos cereais e até 50% das frutas e vegetais produzidos globalmente são perdidos.
Carlos da Silva ensina ações que podem ser tomadas pelo consumidor final para evitar o desperdício alimentar.
"De repente você compra um produto que tem umas folhas que você não consome, mas se puder utilizar aquilo, você pode ter um aproveitamento ótimo e não desperdiçar. Se comprar em excesso, você pode congelar uma parte ou fazer algum outro preparo. E o consumidor é realmente interessado, porque ninguém tem motivação, interesse, de gastar recursos que serão jogados no lixo."
De acordo com o especialista da FAO, Carlos da Silva, os países desenvolvidos são os que mais desperdiçam comida. A agência defende ainda novas tecnologias, melhores práticas e investimentos em infraestrutura para reduzir as perdas de alimentos.
Fonte: Rádio ONU

terça-feira, 3 de julho de 2012

Brasil é o país que possui maior concentração de substância possivelmente cancerígena na Coca-Cola


Coca-Cola do Brasil fornece nove vezes mais o limite diário de 4-MI estabelecido pelo governo da Califórnia (EUA)

A Coca-Cola comercializada no Brasil contém a maior concentração do 4-metil-imidazol (4-MI), subproduto presente no corante Caramelo IV, classificado como possivelmente cancerígeno. O resultado é de um teste do Center for Science in the Public Interest (CSPI), de Washington D.C. Eles avaliaram também a quantidade da substância nas latas de Coca-Cola vendidas no Canadá, Emirados Árabe, México, Reino Unido e nos Estados Unidos.

Um estudo feito pelo Programa Nacional de Toxicologia do Governo dos Estados Unidos já havia apontado efeitos carcinogênicos do 4-MI em ratos, e fez com que a IARC (Agência Internacional para Pesquisa em Câncer), da OMS (Organização Mundial da Saúde), incluísse o 4-MI na lista de substâncias possivelmente cancerígenas.

Concentrações

De acordo com o CSPI, o refrigerante vendido no Brasil contém 263 mcg (microgramas) de 4-MI em 350 ml, cerca de 267mcg/355ml. Essa concentração é muito maior quando comparada com a Coca-Cola vendida no Quênia, que ficou na segunda posição, com 170 cmg/355ml.

A Coca-Cola do Brasil traz nove vezes o limite diário de 4-MI estabelecido pelo governo da Califórnia, que estipulou a necessidade de uma advertência nos alimentos que contiverem mais que 29 mcg da substância. Além dessa quantidade diária, o risco de câncer seria maior do que 1 caso em 100 mil pessoas.

 A Revista do Idec do mês de março publicou um levantamento de refrigerantes e energéticos que possuem o corante Caramelo IV em sua fórmula. Diante dos estudos que apontam para o perigo desse aditivo, o Instituto questionou se as empresas parariam de utilizá-lo.

Na ocasião, o Idec enviou cartas à diversas empresas e à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) questionando-os sobre a periculosidade do Caramelo IV e sua associação com o câncer.

O levantamento verificou que a regulação brasileira sobre o tema é falha e que os fabricantes de refrigerantes e bebidas energéticas não estão dispostos a informar ao consumidor a quantidade da substância tóxica em seus produtos.

“Acreditamos que uma postura preventiva deve ser adotada, já que é a saúde dos consumidores que está em jogo”, ressalta a dvogada do Idec, Mariana Ferraz, responsável pelo levantamento. Por essas razões, o Idec provocará as autoridades brasileiras para que revejam a legislação atual e prevejam medidas para minorar os riscos do consumidor. Os limites atuais para a quantidade de Caramelo IV nos alimentos, estabelecidos pelo JECFA (um comitê de especialistas em aditivos alimentares da FAO/OMS), são baseados em estudos da década de 1980. Além disso, aqueles estudos foram gerados pela International Technical Caramel Association.

Com os estudos que agora vem à tona, espera-se que os limites e a legislação atuais, tanto internacional como nacional, sejam alterados.

ROTULAGEM DE ALIMENTOS


Com informações confusas e imprecisas, as embalagens de alimentos vêm sendo tópico de discussão.
Para nutricionistas e pesquisadores em todo o mundo, os dados são insuficientes e, apesar dos rótulos trazerem informações sobre a quantidade de certas substâncias, não esclarecem se aquela quantidade é pouca ou excessiva, deixando os consumidores sem dados suficientes para analisar aquele produto na hora de comprar.

Comprar produtos para crianças fica ainda mais difícil. Isso porque, no Brasil, a tabela nutricional aprovada pelos órgãos reguladores tem como referência a dieta de um adulto e acaba induzindo os pais ao erro. Um exemplo é a quantidade de calorias: a dieta diária do adulto tem como média 2 mil calorias, enquanto a indicada para crianças de 4 a 6 anos tem 1.450 calorias. Em relação ao sódio, por exemplo, um mesmo biscoito de chocolate que representa 4% do percentual diário indicado para adultos na sua embalagem, representa 29% do total diário recomendado para crianças de 4 a 6 anos.

 Pensando nos altos índices de obesidade infantil do país, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) está propondo a reformulação da tabela nutricional dos produtos voltados para o público infantil, segundo matéria do Estado de Minas. O Idec acredita que a rotulagem atual fere o Código de Defesa do Consumidor, que garante à população o direito à informação clara e precisa. Para o instituto, os fabricantes podem debater o assunto e reformular a tabela nutricional desses produtos, permitindo que os pais possam analisar com mais propriedade se o alimento é ou não saudável.

Pesquisas mostram que rótulos adequados e mais simples podem resultar em escolhas mais saudáveis por parte do consumidor, especialmente para quem está comprando produtos para crianças. Não é a toa que esse é um dos principais tópicos da lei antiobesidade aprovada recentemente no Chile, que tem como objetivo garantir que as embalagens dos alimentos tragam dados de sua composição de forma compreensível, assegurando que a população possa tomar decisões conscientes sobre sua alimentação.