quarta-feira, 14 de julho de 2010

Alergia ao Leite de Vaca x Intolerância à Lactose


A Alergia à Proteína do leite de vaca (APLV) e a intolerância à lactose são duas patologias diferentes, apesar de causadas por um alimento em comum e de apresentarem sintomas semelhantes.
A APLV é provocada pelas proteínas presentes no leite, que é identificada pelo sistema imunológico como um agressor, um agente estranho que precisa ser combatido. A partir da ingestão destas proteínas o sistema imunológico desencadeia uma verdadeira guerra contra os “agressores”, e esta guerra é a responsável pelos sintomas – diarréia, dor abdominal, vômitos persistentes e ainda: lesões na pele, como urticária e coceira, sintomas respiratórios, inflamação da mucosa intestinal e até pequenos sangramentos intestinais.
Diferente da APLV, quando o organismo produz substâncias para "combater" a proteína do leite, a intolerância à lactose é a falta ou deficiência da produção de uma enzima chamada lactase, que serve para digerir a lactose (o açúcar do leite). Quando não absorvida, ela é fermentada por bactérias do intestino grosso, levando à diarréia, cólicas, distensão abdominal, e desconforto.
A intolerância a lactose pode ser genética e nesse caso a pessoa já nasce sem produzir a enzima lactase, porém, em outras situações, pessoas que nunca foram intolerantes passam a ser, após gastroenterites, doenças inflamatórias intestinais, doença celíaca, etc. Nesses casos, a intolerância à lactose pode perdurar até o final da vida ou pode ser transitória e, ainda, pode apresentar vários graus. Geralmente a intolerância à lactose tende a piorar com a idade.
Ao contrário, a APLV tende a ser pior nos primeiros anos de vida e seus sintomas podem se suavizar com o passar dos anos. Muitas vezes esta alergia é desencadeada quando o bebê menor de 6 meses recebe leite de vaca em substituição ao leite materno, principalmente se for filho de pais alérgicos.
O aparelho digestivo dos bebês está preparado para digerir somente o leite materno, que é um alimento de fácil digestão, mas em muitas situações a mãe não pode amamentar e acaba-se utilizando leite de vaca, no lugar de fórmulas específicas para a idade da criança. Nestes casos, como o intestino ainda não amadureceu o suficiente, ele acaba permitindo que proteínas inteiras ou fragmentos maiores de proteína sejam absorvidos, e ao entrarem na corrente sangüínea, desencadeiam o processo alérgico.
Após esse primeiro contato, toda vez que o leite for ingerido, o organismo agirá da mesma maneira, e os sintomas surgem novamente, porém, nem sempre o problema é percebido logo porque pode ser confundido com a Intolerância à Lactose ou com outras doenças ou mesmo alergia, mas a outros alimentos, como soja (ou leite de soja), etc.
Assim, é importantíssimo ser corretamente diagnosticado, porque o tratamento é diferente!
Na intolerância à lactose o componente que precisa ser excluído, ou pelo menos ingerido em menor quantidade (dependendo do grau de intolerância) é a lactose, enquanto que na APLV deve-se excluir totalmente a proteína do leite e mesmo frações dela, pois até mesmo alimentos “contaminados” com proteínas do leite podem desencadear o processo alérgico.

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