segunda-feira, 18 de março de 2013

Anvisa determina suspensão da fabricação e venda de Ades



Medida atinge todos os lotes de suco com soja Ades, produzidos em Minas.
Unilever já havia feito recall de suco de maçã, por risco de queimadura.

Uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicada no "Diário Oficial da União" desta segunda-feira (18) suspende a fabricação, a distribuição, a venda e o consumo de todos os lotes dos produtos com soja da marca Ades, de diferentes sabores, versões e tamanhos de uma linha de produção da fábrica da Unilever de Pouso Alegre (MG).
Segundo a resolução, a medida foi tomada "por suspeita de [os produtos] não atenderem às exigências legais e regulamentares da agência". A Anvisa afirmou que a medida é temporária e que foi adotada como precaução. Nesta segunda, a vigilância sanitária do estado de Minas e da cidade de Pouso Alegre fará inspeção na fábrica. 
A empresa ainda não se pronunciou.
Na quinta-feira (14), a Unilever anunciou recall em um lote do suco de maçã Ades de 1,5 litro por risco de queimadura. Segundo a fabricante, a contaminação com solução de limpeza foi detectada no lote com as iniciais AGB 25, fabricado em 25 de fevereiro, com "cerca de 96 unidades do produto AdeS Maçã 1,5 l".
"Nestas unidades, foi identificada uma alteração no seu conteúdo decorrente de uma falha no processo de higienização, que resultou no envase de embalagens com solução de limpeza da máquina. O consumo do produto nessas condições pode causar queimadura', afirmou a Unilever, em comunicado. "A falha identificada já foi solucionada, os produtos existentes na empresa foram retidos e os ainda presentes nos pontos de venda já estão sendo recolhidos".
Na ocasião, procurada pelo G1, a Unilever informou que a empresa estava colaborando e oferecendo todas as informações solicitadas pela Anvisa e que a fábrica de Pouso Alegre estava aberta para receber a inspeção da Vigilância Sanitária.
No dia seguinte, a Anvisa informou que solicitou à Vigilância Sanitária de Minas Gerais que realizasse inspeção sanitária na fábrica da Unilever, na cidade de Pouso Alegre, onde foi fabricado o lote de suco Ades de maçã envasado com solução de limpeza.
Recomendação ao consumidor
Os produtos do lote de maçã com problema foram distribuídos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.Segundo a empresa, a falha identificada "já foi solucionada, os produtos existentes na empresa foram retidos e os ainda presentes nos pontos de venda já estão sendo recolhidos".
O consumidor que tiver adquirido o produto não deve consumi-lo. "Em casos de queimaduras ou outro sintomas, procure imediatamente atendimento médico", orienta a Anvisa.
Para realizar a troca ou reembolso do produto, o consumidor deve entrar em contato com o fabricante, a Unilever. A solicitação pode ser feita gratuitamente pelo SAC no 0800 707 0044, das 8h às 20h, ou pelo e-mail sac@ades.com.br.
Em casos de dúvidas, a  Anvisa também dispõe de uma Central de Atendimento: 0800 642 9782.
Fonte:  G1.globo.com


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

NOVAS REGRAS PARA RÓTULOS DE ALIMENTOS



As alegações nutricionais, presentes nos rótulos de alimentos, deverão seguir novos critérios para serem utilizadas. É que a Resolução RDC 54/2012 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada no Diário Oficial da União dessa terça-feira (12), alterou a forma de uso de termos como: light, baixo, rico, fonte, não contém, entre outros.
O uso da alegação light, por exemplo, só será permitido para os alimentos que forem reduzidos em algum nutriente. Isso quer dizer que o termo só poderá ser empregado se o produto apresentar redução de algum nutriente em comparação com um alimento de referência (versão convencional do mesmo alimento).
Anteriormente, a alegação light podia ser utilizada em duas situações: nos alimentos com redução e nos alimentos com baixo teor de algum nutriente. “Tal situação dificultava o entendimento e a identificação pelos consumidores e profissionais de saúde das diferenças entre produtos com a alegação light”, explica o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano.
Oito novas alegações nutricionais foram criadas pela nova regulamentação: não contém gorduras trans; fonte de ácidos graxos ômega 3; alto conteúdo de ácidos graxos ômega 3; fonte de ácidos graxos ômega 6; alto conteúdo de ácidos graxos ômega 6; fonte de ácidos graxos ômega 9; alto conteúdo de ácidos graxos ômega 9; e sem adição de sal.
Segundo o diretor da Anvisa, muitas vezes, o uso de uma alegação demanda a declaração de um esclarecimento ou advertência na rotulagem a fim de proteger o consumidor da veiculação de informações incompletas e potencialmente enganosas. “Um exemplo típico é o caso dos óleos vegetais com a alegação sem colesterol. Nesses casos, os fabricantes são obrigados a informar ao consumidor que todo óleo vegetal não contém colesterol, ou seja, que essa é uma característica inerente do alimento, que não depende de sua marca”, argumenta o diretor da Agência.
Já os critérios para o uso das alegações de fonte e alto teor de proteínas receberam a exigência adicional de que as proteínas do alimento devem atender a um critério mínimo de qualidade. “Essa alteração visa proteger o consumidor de informações e práticas enganosas como, por exemplo, o uso de alegações de fonte de proteína em alimentos que contenham proteínas incompletas e de baixa qualidade”, afirma o diretor de Controle e Monitoramento Sanitário da Anvisa, Agenor Álvares.
 
(Fonte: Site Agência Nacional de Vigilância Sanitária - www.anvisa.gov.br)

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Cottage zero lactose chega ao mercado brasileiro

Verde Campo amplia sua linha de produtos e lança o primeiro cottage zero lactose.

 
Para quem gosta de novidades, com certeza vai curtir muito esta. A linha Lacfree, da Verde Campo, ganha um novo integrante: o queijo cottage Lacfree. Sem similares no mercado, o cottage Lacfree deve suprir uma das grandes demandas por pessoas com IL: a de encontrar produtos sem lactose para o café da manhã e lanches.
De acordo com o presidente da Verde Campo, Alessandro Rios, “diversos estudos indicam que grande parte da população brasileira possui algum grau de intolerância à lactose. Entretanto, somente agora as pessoas estão tomando consciência dessas restrições. O mercado possui poucos produtos específicos para essa população e foi pensando nisso que desenvolvemos a linha de produtos Lacfree”.
Ao longo dos últimos três anos, cerca de três milhões foram investidos em tecnologia e na expansão da capacidade produtiva da fábrica e a expectativa é que o novo produto corresponda a 30% das vendas da empresa.
O queijo cottage da linha tradicional (com lactose) já fazia parte da família de alimentos da Verde Campo, um alimento com alto teor de cálcio e proteína aliado a baixas calorias. A versão zero lactose oferece o mesmo benefício do alimento tradicional, além de conter uma redução no sódio (33% de redução em comparação ao tradicional).
Alessandro comenta que até o iníco de 2013 a empresa espera lançar mais dois produtos que farão parte da linha Lacfree. Esses já foram desenvolvidos e estão no processo de registro no Ministério da Agricultura.
Por enquanto, a linha Lacfree pode ser encontrada nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para saber sobre os pontos de venda nesses estados, baixe o PDF.
 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A verdade sobre os refrigerantes

Vídeo produzido por ex publicitário do Burguer King, Domino’s e Coca-Cola mostra de maneira irreverente os males causados pelo consumo excessivo de refrigerantes.
Já está comprovada a relação entre o consumo de bebidas açucaradas e o aumento das taxas de obesidade que também contribui com a elevação da prevalência de diabetes, doenças coronarianas entre outras.

O
Centro de Ciência para Interesse Público, lançou o vídeo “The Real Bears” o qual mostra as consequências do consumo excessivo de refrigerantes.

O vídeo foi elaborado por Alex Bogusky, famoso publicitário que já produziu comerciais para empresas como Burguer King, Domino’s e Coca-Cola . Bogusky deixou de produzir para essas empresas há dois anos e agora assume um papel de maior interesse social.

Fonte: http://therealbears.org/

 
As informações citadas pelo vídeo, na ordem em que aparecem, são:
  • Refrigerantes e outras bebidas adoçadas são a maior fonte de calorias da sua alimentação. Fonte: 2011 Dietary Guidelines for Americans
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  • Uma porção extra de bebidas adoçadas por dia eleva o risco de obesidade de uma criança em 60%. Fonte: The Lancet, 2001
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  • Um ou dois copos de bebidas adoçadas por dia aumenta o risco de diabetes tipo 2 em cerca de 25%. Fonte: Diabetes Care, 2010
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  • Cerca de metade dos homens com diabetes vai ter problemas de ereção. Fonte: Current Diabetes Reports, 2005
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  • O açúcar e ácidos contidos em refrigerantes favorecem a queda dos dentes. Fonte: Surgeon General’s Report On Oral Health, 2010
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  • A diabetes é a causa de mais de 60 mil amputações por ano, US Centers for Disease Control (CDC)
  

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Ministério reduz de 18 para 16 anos idade mínima para cirurgia bariátrica no SUS


Brasília – No Dia Nacional de Prevenção à Obesidade, lembrado hoje (11), o Ministério da Saúde informou que vai reduzir, de 18 para 16 anos, a idade mínima para realização de cirurgia bariátrica no Sistema Único de Saúde (SUS), nos casos em que há risco de morte para o paciente.

De acordo com comunicado da pasta, a decisão foi tomada com base em estudos que apontam o aumento da obesidade entre adolescentes. Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2009 (POF) indicam que, na faixa de 10 a 19 anos, 21,7% dos brasileiros apresentam excesso de peso. Em 1970, o índice era 3,7%.
O governo anunciou ainda a inclusão de exames e de técnicas cirúrgicas para redução de estômago. Atualmente, o SUS autoriza três técnicas: a gastroplastia com derivação intestinal; a gastrectomia com ou sem desvio duodenal; e a gastroplastia vertical em banda, que será substituída por apresentar significativo índice de novo ganho de peso pelo paciente. No lugar desse procedimento, está prevista a inclusão da gastroplastia vertical em manga (sleeve).
Na cirurgia plástica reparadora pós-operatória, além da oferta da cirurgia plástica reconstrutiva do abdome para correção dos excessos de pele (chamada de dermolipctomia abdominal), a rede pública deve passar a oferecer também o procedimento que inclui a intervenção na parte posterior do tronco.
Antes de se submeter a uma das três técnicas, o paciente entre 16 e 65 anos deve passar por avaliação clínica e cirúrgica e ter acompanhamento com equipe multidisciplinar durante dois anos. Nesse período, ele terá de fazer dieta e, se os resultados não forem positivos, a cirurgia será recomendada.
“O Ministério da Saúde continuará fortalecendo as ações primárias e de prevenção da obesidade por meio do incentivo à mudança dos hábitos de vida da população, principalmente alimentação adequada e prática de exercícios físicos regulares”, destacou a nota.
As novas regras constam na Consulta Pública nº 12, de 24 de setembro de 2012, que ficará disponível à população até a próxima segunda-feira (15). A proposta deve substituir as portarias nº 492 e 493, de 31 de agosto de 2007.

O documento prevê também um reajuste nos valores das técnicas de cirurgia bariátrica na tabela do SUS, assim como do valor pago pela realização de cinco exames ambulatoriais pré-operatórios considerados obrigatórios: a endoscopia digestiva alta; a ultrassonografia de abdome total; a ecocardiografia; a ultrassonografia com doppler colorido de vasos; e a prova de função pulmonar completa com broncodilatador (espirometria).
Entre as diretrizes vigentes que não vão sofrer mudanças está o Índice de Massa Corporal (IMC) indicado para realização da cirurgia bariátrica, que deve ser maior que 40. O procedimento também pode ser realizado em pacientes com IMC entre 35 e 40 que apresentem diabetes, hipertensão, apneia do sono, hérnia de disco e outras doenças agravadas pela obesidade.
Dados do ministério mostram que o número de cirurgias bariátricas no país saltou de 1.773 em 2003 para 5.332 no ano passado – um aumento de 200%. Nos três primeiros meses de 2012, já foram feitas 1.286 cirurgias, com investimentos de R$ 7 milhões.

Fonte: Agencia Brasil

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O Ministério da Saúde em parceria com Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP) e com o apoio do Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (SINEPE/RS), realizará no próximo dia 05 de setembro de 2012 em Porto Alegre/RS, o lançamento do ‘Manual das Cantinas Escolares Saudáveis: promovendo a alimentação saudável’.
O lançamento deste manual, que tem em vista a promoção de ambientes saudáveis no território escolar, é uma das ações previstas no Acordo de Cooperação Técnica entre o Ministério da Saúde e a FENEP.

Tal acordo, firmado em 2012, tem por objetivo a implementação de ações conjuntas de promoção da alimentação saudável na rede privada de ensino, em âmbito nacional, com adesão voluntária das escolas interessadas.

O evento tem a finalidade de apresentar aos diretores das escolas particulares associadas ao SINEPE/RS a proposta de plano de ação desenvolvido a partir do Acordo de Cooperação Técnica, além de apresentar a comunidade escolar o Manual das Cantinas Escolares Saudáveis e convidar as escolas particulares a aderir a essa ação de promoção da alimentação saudável no ambiente escolar em parceria com o Governo Federal”.

Fonte: CGAN

Impacto psicossocial da alergia alimentar em familiares com filhos alérgicos


 

Por:  Dra. Roseli Oselka Saccardo Sarni e

         Profa. Dra. Fabíola Isabel Suano de Souza

A alergia alimentar tem apresentado, nos últimos anos, prevalência ascendente em diversos países. Os alimentos envolvidos em mais de 80% dos casos de alergia são: leite, ovo, soja, trigo, amendoim, frutos do mar, peixes e castanhas. Na faixa etária pediátrica o leite e o ovo são os mais comumente envolvidos. Nos lactentes com idade inferior a um ano o leite de vaca é o responsável por 80% das alergias a alimentos. Cabe salientar que a alergia ao leite de vaca (ALV) é uma doença que, na maioria das vezes, apresenta um curso autolimitado, contrariamente ao observado na alergia a frutos do mar que acomete, com maior frequência, adultos e tende a persistir ao longo da vida.

As formas clínicas da alergia alimentar são variadas o que por vezes dificulta o diagnóstico e, consequentemente, o planejamento terapêutico. A única forma de tratamento disponível, até o momento, é a exclusão do alimento envolvido por um tempo variável ou até que o indivíduo adquira tolerância.

A complexidade da retirada do alimento da dieta é variável na dependência da faixa etária, assim, considera-se mais difícil a retirada do leite de uma criança com ALV comparativamente à exclusão de frutos do mar em adultos alérgicos a este alimento. A primeira situação associa-se com maior risco nutricional, prejuízo da qualidade de vida e traz limitações práticas no dia a dia.

Situações cotidianas como frequentar escola, festas de aniversário, casa de parentes podem representar situações de risco, que impõem modificação na rotina da família. O medo de exposições acidentais no domicílio ou em ambientes de risco (p.ex. escola, lanchonetes, restaurantes e festas), especialmente em crianças com reações graves, é constante nas famílias o que pode contribuir para uma situação de isolamento social.

Outro aspecto importante, que têm impacto psicossocial em famílias de indivíduos alérgicos, é o método utilizado para o diagnóstico de alergia alimentar, o teste de provocação oral (TPO). Apesar de necessário, o TPO não é um procedimento isento de risco, traz preocupação e ansiedade para a família, e deve ser orientado de maneira ampla para os familiares e realizado de modo seguro. Importante lembrar que os protocolos de tratamento sugerem que o TPO seja realizado para o diagnóstico e periodicamente a cada 6 meses .

Teste de provocação oral - "oferta do alimento, para o qual quer se comprovar ou descartar associação com alergia, em quantidades crescentes, em intervalos de tempo regulares, sob supervisão médica, com profissionais habilitados que têm disponíveis medicamentos e equipamentos para tratar possíveis reações graves, devendo o paciente ficar em observação por 2 a 4 horas".
 
A possibilidade de reações, durante a realização ou no período de observação do TPO (p.ex. urticária, angioedema, diarreia, vômitos e/ou anafilaxia) e de sintomas tardios ou inespecíficos que exigem observação por semanas (p.ex. diarreia, comprometimento na velocidade de ganho de peso e estatura, refluxo gastroesofágico e colite) deve ser explicada detalhadamente aos responsáveis pela criança.


Quando o TPO é positivo, mantém-se a exclusão do alimento e monitora-se a evolução. Algumas crianças podem levar semanas, após o TPO, para redução ou remissão dos sintomas. A orientação nutricional com substituição apropriada do alimento envolvido, esclarecimento a respeito da leitura e interpretação dos rótulos de produtos industrializados, conduta frente a eventos sociais e ambientes de risco, procedimento a ser adotado nas escolas, risco de contaminação cruzada e de possíveis transgressões devem ser abordados no momento do diagnóstico e periodicamente reforçados com todos os envolvidos. A informação de qualidade é fundamental para redução dos riscos para as crianças portadoras de alergia alimentar e da ansiedade dos pais.

São pontos críticos da alergia alimentar que podem comprometer a qualidade de vida das crianças e de seus familiares:
·       O momento do diagnóstico embasado na realização do TPO.

·       A proposta terapêutica que envolve a completa exclusão do alimento, de seus derivados e de preparações que o contenham.

·       O risco de isolamento social pelo medo de exposições acidentais em ambientes de risco (Ex. festas, praças de alimentação, utensílios domésticos contendo resíduos do alimento envolvido, entre outros).

·       A dificuldade econômica de acesso ao tratamento adequado. Por exemplo, o custo de fórmulas infantis especiais utilizadas em lactentes com ALV.

·       A possibilidade de exposições inadvertidas tendo em vista o desconhecimento ou modificação na composição nutricional de produtos industrializados.

·       A necessidade da família de crianças com restrições graves portar medicamentos para situações de emergência como, por exemplo, a noradrenalina autoinjetável.

·       A sensibilização e orientação adequada de outras pessoas envolvidas na rotina diária da criança (p.ex. professores e funcionários das creches e escolas).

·         Frente a esse quadro, cresce na literatura mais recente publicações abordando o impacto psicossocial da alergia alimentar na criança e seus familiares, que podem comprometer os hábitos alimentares, a socialização e o desenvolvimento da criança em curto e longo prazo, a dinâmica familiar e a adesão ao tratamento.
    
·         Ainda são escassos na literatura internacional e inexistentes em nosso meio estudos avaliando o impacto da alergia alimentar sobre a qualidade de vida da crinça e sua família. Algumas dificuldades relatadas para sua execução são a escolha do instrumento de avaliação adequado (questionário), a ampla variedade dos sintomas, idade e os alimentos envolvidos.

·         Os dados disponíveis confirmam prejuízo psicossocial às crianças com alergia alimentar e suas famílias. O impacto é maior quando a doença acomete crianças e envolve reações mais graves. Cohen et al, 2004(9), utilizando questionário específico para alergia alimentar – Food Allergy Quality of Life-Parental Burden – FAQL-PB, observaram, em famílias de crianças com alergia alimentar, pior qualidade de vida em todas as esferas (física, social e emocional). Os autores ressaltaram o comprometimento na interação social, com prejuízo à frequência da criança e seus pais em festas, limitação nos locais frequentados nos períodos de férias e na rotina diária (p.ex. restaurantes, lanchonetes e praças de alimentação). Sicherer et al, 2001; utilizando o Chilren’s Generic Health Questionnaire (CHQ-PF50), descreveram o impacto emocional nos pais de crianças com alergia alimentar com limitação nas atividades rotineiras. Houve associação entre os menores escores de qualidade de vida e pior adesão ao tratamento.

Algumas características são observadas com maior frequência em famílias de crianças com alergia alimentar:
         ·            Profundo impacto psicossocial e comprometimento nas atividades de vida diária.

         ·            Repercussões possíveis: depressão, isolamento social e maior estresse em situações cotidianas.

        ·            Repercussões e postura do profissional dependem da caracterização das Famílias:
         ·            Famílias disfuncionais (muito fechadas em si mesmas com pouco contato com o mundo externo):
         ·            Repercussões possíveis: prejuízo em lidar com as próprias emoções, forte resistência em aceitar o diagnóstico, maior fragilidade das crianças em lidar com situações práticas.
 
         ·            Papel do profissional de saúde: ser um facilitador para que a família possa encontrar o melhor caminho de reagir ao impacto do diagnóstico e às dificuldades/limitações impostas pelo tratamento.

A abordagem psicossocial em famílias com crianças com alergia alimentar deve ser prática rotineira, tendo em vista as repercussões sobre a qualidade de vida dos envolvidos e sobre a adesão ao tratamento. Nesse sentido, algumas medidas podem ser adotadas pela equipe que presta assistência:

·       Acolher a família (dúvidas, ansiedade e preocupações) fortalecendo o vínculo médico-paciente e aumentando a segurança em lidar com o problema.

·       Atuar, sempre que possível, com equipe multiprofissional

·       Oferecer opções, explicar e monitorar todas as etapas do tratamento:

·       Estimular a alimentação saudável, mesma na vigência de restrições (Ex: receitas, cardápios).

·       Orientar a conduta em ambientes de risco: escolas, festas, brincadeiras com amigos, visitas à casa de outros parentes, etc.

·       Explicar a importância da leitura e correta interpretação de rótulos de produtos industrializados.

·       Orientar e disponibilizar protocolo escrito envolvendo a conduta e medicamentos necessários para o atendimento imediato a reações graves.

Fonte: www.danonebabyprofissionais.com.br