quarta-feira, 11 de abril de 2012

Como a aparência dos alimentos influencia o sabor


Estimular o cérebro com imagens de comida saudável nos ajuda a percebê-la como mais saborosa

O que o cérebro percebe como sabor é uma fusão dos efeitos de três sentidos: paladar, tato e olfato. A visão, no entanto, também tem papel importante nessa experiência sensorial. 
A percepção do sabor depende de células sensoriais, localizadas junto às papilas gustativas, que nos permitem distinguir qualidades como temperatura e intensidade do tempero. Por exemplo, quando o colocamos o alimentos na boca, há ativação de células localizadas no final da passagem nasal. Elas coletam informações que interagem com as células sensórias da língua por meio de um processo chamado orientação olfativa.
Embora a visão aparentemente represente um papel menos direto que o cheiro na percepção do sabor, ela é o sentido mais usado para identificar os alimentos e, portanto, afeta as expectativas em relação à comida. A visão de uma taça de sorvete ou uma pizza saindo do forno ativa centros neurais superiores, como o sistema de gratificação e recompensa da dopamina. Ao longo da evolução, nosso cérebro aprendeu a identificar alimentos com maior valor energético, pois eram garantia de mais tempo sem ter que procurar comida, atribuindo-lhes mais sabor.
Um estudo publicado no Journal of Experimental Social Psychology sugere, por exemplo, que estimular o cérebro com imagens de alimentos saudáveis nos ajuda a percebê-los como mais saborosos. Pesquisadores da Universidade Utrecht, na Holanda, mostraram a voluntários fotos de pratos considerados mais leves e menos gordurosos, como saladas e frutas frescas. Em seguida, convidaram os participantes e um grupo de controle, que não viu as fotografias, a provarem esses alimentos. Os que olharam para as imagens antes de comer usaram mais adjetivos como “tentadora” e “deliciosa” para avaliar a comida. Estudar a influência da visão sobre a percepção de sabor pode ajudar a criar medidas preventivas para problemas relacionados à alimentação, como a obesidade, desvendando mecanismos envolvidos na necessidade e no desejo de consumir alimentos mais calóricos.

Fonte: www.mentecerebro.com.br

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